José Aldo é atualmente o principal brasileiro no Ultimate Fighting Championship (UFC), mas mesmo assim entende que o MMA deveria ter outras organizações de lutas. Em entrevista exclusiva ao Terra, nesta quinta-feira, ele até reconheceu o bom trabalho do presidente Dana White, mas disse que esse monopólio atrapalha o esporte.
Questionado sobre a possibilidade da existência de uma Liga Mundial, Aldo foi pessimista: "acho que, pelo fato de o UFC ser o maior evento, roubou esse lado. Esse monopólio não deveria estar acontecendo, já que, não só eu, como todos outros atletas que estão do lado de fora merecem (lutar pelo título mundial). Mas, pelo fato de ter só um campeão, todos torcem para entrar no UFC", opinou o atual campeão dos pesos penas.
Após a crítica, ele também reconheceu as qualidades da organização presidida por Dana White, já que agora estão acontecendo eventos em diversos lugares pelo mundo - Brasil, Canadá, Suécia, China, Japão e até Cingapura.
"Uma Liga Mundial até já criaram, mas o Ultimate está onde está pelo trabalho do Dana. Eles investiram muito lá atrás e merecem estar onde está. O UFC pelo menos está tentando espalhar isso para o mundo", observou Aldo.
Único brasileiro campeão absoluto do UFC atualmente - Renan Barão tem o cinturão interino apenas -, José Aldo ainda disse que não fica surpreso com essa condição.
"Isso para mim não é surpresa. É um esporte, um sobe e outro desce. Se acontecer algo errado, tem que estar pronto para dar a volta por cima. Torço para que o Anderson e Cigano voltem a ganhar o cinturão. Assim como o Barão consiga unificar esse título, que está atrapalhado pelo (lesionado) Dominick Cruz".
Com apenas uma derrota na carreira, Aldo usou sua experiência para aconselhar Anderson: "lições a gente sempre tira. Eu perdi no momento certo e cresci muito na minha carreira depois do revés, minha carreira só subiu. Ele já tomou outro caminho na vida dele, saiu da luta, por isso perdi o contato. Ele (Luciano Azevedo) hoje em dia virou um policial militar", contou.
Uma vitória fora da sua categoria colocou José Aldo em torno de uma polêmica, recentemente. Anthony Pettis conquistou o cinturão dos pesos leves e desafiou o brasileiro. O UFC, porém, marcou a luta do americano contra TJ Grant e adiou o duelo entre os dois campeões. Aldo deve aceitar esse combate futuramente mesmo na categoria de cima, mas descartou qualquer chance de descer de peso.
"No (peso) galo não tem como baixar o peso. Já é difícil os 66 kg. Mas no leve dá sim. Teremos que fazer uma combinação para lutar pelo peso leve e trabalhar com a minha equipe para quem sabe unificar os títulos", projetou.
Com uma história de dificuldades no começo da carreira e superação ao longo dos anos, Aldo vai virar filme em breve. O projeto do longa metragem está andando em ritmo lento, mas o lutador mostrou empolgação: "o filme é excepcional. Ter contada sua história nas telas e todo mundo conhecer é extraordinário. Você sempre sonha em ser campeão e, graças a Deus em vida todo mundo poderá me assistir", comemorou.
