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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Luta "Agarrada" Marajoara. O "Grappling" 100% brasileiro




Luta Marajoara ou Agarrada Marajoara é um tipo de combate corpo-a-corpo semelhante ao wrestling, praticado no norte do Brasil, principalmente nas festividades dos povoados do arquipélago do Marajó, no município de Cachoeira do Ararí, onde o objetivo do combate é projetar o corpo do oponente de costas ao chão e domina-lo.
Dário Pedrosa, profissional de educação física e árbitro de Luta Marajoara define esta arte marcial como sendo a única modalidade de combate corporal legitimamente brasileira. Oriunda das práticas de lazer dos caboclos da região do Arari, na ilha do Marajó, esta arte reúne características próximas a outras artes marciais como a Grego Romana, por exemplo.
A Luta Marajoara foi praticada originalmente na Ilha do Marajó, região Norte do Brasil. Disputada entre dois atletas, por vez, não permitindo nenhum tipo de ato contundente com os membros (socos, chutes,.etc), nem estrangulamentos, como chaves ou traços. Na sua essência a Luta Marajoara é, das artes marciais, a menos violenta, motivo pelo qual reúne condições de interagir com todos as faixas etárias, pois é verdadeiramente uma luta suave, onde os oponentes buscam, tão somente, o desequilíbrio e a projeção um do outro.

Há uma indefinição quanto a origem real desta arte marcial. Alguns escritores já citaram as práticas do povo indígena Aruás e a influencia dos escravos africanos na sua criação. Outras teses, com maior poder de coerência e proximidade com o que é praticado nos combates atuais, a influência das brigas entre búfalos observadas e reproduzidos por caboclos, a exemplo do que fizeram os orientais criando estilos de luta baseadas nos movimentos de ataques e defesas de animais (como a serpente, o leopardo, etc). ou amistosos confrontos feito por vaqueiros, em atividades de lazer para aquecimento do corpo ao final do dia. Passando a ser tradição na festividade do Glorioso São Sebastião, de Cachoeira do Arari.
As duas teses se fundem numa única dentro do contexto do lúdico, quando a prática ainda era chamada pelos nomes de: agarrada, cabeçada, lambuzada ou derrubada. Nomes registrados ainda hoje nos municípios de Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari, possíveis áreas onde a arte foi iniciada, sendo remanescente em Salvaterra, Chaves e principalmente Soure, que devido a grande incidência de propriedades pecuaristas, predominou a cultura da criação de búfalos, animal que pode ter influenciado na criação da luta.
Se levarmos em consideração que a chegada dos búfalos no Brasil deu-se através da ilha do Marajó, na ultima década do século XVIII, numa ação do pecuarista Vicente Chermont de Miranda, então poderemos dizer que esta luta pode ter seu surgimento referendado também por este episódio, em datas próximas.
É em Cachoeira do Arari durante a procissão dos mastros pelas ruas da cidade, na Festividades do Glorioso São Sebastião, os devotos banham-se e praticam a luta marajoara na lama das primeiras chuvas do ano, durante o inverno marajoara no mês de Janeiro. A festividade, que funde o profano com o religioso, ocorre sempre de 10 a 20 de janeiro, com a chegada das chuvas, o ano que poderá ser de fartura, caso chova muito ou de dificuldades caso chova pouco ou não chova.
Com a chuva forma-se grande quantidade de lama pelas ruas da cidade e é la que a lambuzada se faz presente. Eles sujam-se, uns aos outros, na lama considerada abençoada. E quem não se lambuza não terá a proteção do santo chamado pelos devotos apenas como “Bastião”.
Somente na metade da década de 90 esta prática começou a receber uma nova denominação, agora sim, como Luta marajoara, devido a iniciativa de órgãos públicos que passaram a promover torneios com lutadores devidamente preparados e com premiação de destaque para aquele que seria considerado campeão. Saindo então ai, o elemento lúdico e entrando a prática desportiva de rendimento, com a necessidade de regras mais especificas e rígidas que permitissem a ação de arbitragem para mediar os combates.
Em Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari, as Prefeituras Municipais buscaram incentivar esta prática com disputas motivadas por premiações. A imprensa passou, então, a demonstrar interesse no seu registro. Tanto que, na festa do aniversário de Salvaterra, pelos seus 36 anos, em 1998, ocorreu a primeira filmagem da luta por uma equipe de jornalismo televisiva. A TV Record de televisão, trazida ao município para registrar as atividades da festa, veiculou a matéria em rede nacional.
Depois o Governo do Estado do Pará veio ao Marajó promover os Primeiros Jogos de Identidade Cultural, nas areias da Praia do Pesqueiro, em Soure. E a Luta Marajoara teve então oficializada esta denominação e definidas regras de disputas, em comum acordo com os lutadores e os preparadores físicos, além dos estudiosos no assunto que participaram do evento. Destaque para os pesquisadores e árbitros Leandro Gavinho, João de Deus e Dário Pedrosa.

Tipos

Existem dois tipos de luta marajoara, a tradicional e a esportiva. A tradicional é praticada nas fazendas da região em solo com areia, argila ou grama (para evitar grandes lesões), e a esportiva nos eventos organizados pelo Governo Municipal e conta com apoio de organizações que regulamentam a prática, definem as regras e organizam campeonatos. Até o momento a Luta Marajoara não tem graduação e também não foi estilizada.

Regras

O ambiente comum para que ocorram as disputas, deve ter solo com areia, argila ou grama, pois a regra básica do combate é derrubar o oponente no chão e encostar suas costas o suficiente para que seja considerado dominado. O sinal escolhido pelos caboclos e mantido pelos desportistas. Para definir o combate, observa-se os detritos do solo, seja argila ou grama, nas costas do lutador.
Alguns torneios convencionam regras para as disputas o que acaba por permitir práticas com normativas diferenciadas de um município ou evento para outro. Porém, o mais comum é:
1. Mínimo duas categorias de lutadores com base no peso, até 80 kg e superior a 80 kg; além dos gêneros, onde o lutador tem oponente do mesmo sexo; e o respeito a faixa etária, discriminando o Amador (até 35 anos) e o Master (acima de 35 anos);
2. O “pé casado” deverá ser a posição inicial de luta e servirá também para reinicio de combate em caso de intervenção da arbitragem;
3. Um circulo com raio de pelo menos dois metros deve ser desenhado no chão para servir de área de combate, não podendo os lutadores saírem desta área.
4. Proibido o uso de óleos ou qualquer tipo de adereço sólido no corpo, muito menos unhas destacadas.
:5. Proibido o uso de atos contundentes com qualquer parte dos membros: socos, chutes e tapas. E estrangulamentos, como chaves de braços ou pernas.
6. A luta deverá desenvolver predominantemente em pé, buscando sempre a projeção através de agarradas, empurradas e puxadas, desequilibrando o adversário rumo ao solo. Nos casos em que ocorrerem a derrubada sem que a costa seja posta  em contato suficiente com o solo para a finalização do combate, deverá o árbitro permitir a luta de chão somente o tempo suficiente para que o esforço na finalização seja concluído. A falta de progresso na disputa pela finalização dará ao árbitro a condição de intervenção, solicitando os dois lutadores para que voltem a posição de “pé casado” em pé, reiniciando a disputa.
7. A equipe de arbitragem deverá ser composta por até três técnicos conhecedores das regras. Sendo dois árbitros auxiliares que permanecem do lado de fora do circulo observando toda a movimentação, para indicar ações irregulares ou auxiliar na decisão final, caso a luta não seja finalizada no tempo comum. O arbitro principal é o responsável pela integridade física e moral dos atletas e pela aplicação correta das regras, permanecendo para isso dentro do circulo de combate. Cabe somente a ele a responsabilidade de iniciar, interromper ou encerrar o combate.
8. A luta ocorrerá em round único, com tempo de até cinco minutos. Caso a luta não seja definida neste tempo (empate), os árbitros votam para desempatar; podendo ser dada uma prorrogação de até três minutos.

Golpes Proibidos

Alguns golpes são considerados perigosos de serem aplicados em combate, teriam sido criados pelos caboclos nos primórdios. Este golpes já teriam sido registrados como letais e levado a morte alguns praticantes, basicamente por fratura de cervical, são eles: Boi Laranjeira, Fincada e Recolhida.

Fonte: wikipédia

quarta-feira, 8 de abril de 2020

HONRA AO MÉRITO

 O Presidente da Associação Red Scorpion de Jiu Jitsu Tradicional Brasileiro, Mestre Clóvis Carmelito de Carvalho Botelho, juntamente com o Diretor Tesoureiro da instituição Washignton de Macedo Ramos, Sensei Nilson Dias da Paixão, Sensei Juracy Moura Silva Junior e o aluno Leonardo Andrade dos Santos,  entregaram nas mão do Gran Mestre Ary Correia Dantas, o Diploma com o título de Presidente  Honorário da RSJJ. Na ocasião o Gran Mestre  , que completaria 84 anos de idade no dia seguinte à entrega do diploma, e  estava se recuperando de um problema de saúde, preferiu receber a comissão em sua residencia localizada na Cidade de Salvador.

          Na mesma oportunidade o Mestre Clóvis Botelho apresentou ao Gran Mestre o Diploma de Entidade Associada a Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Esportivo - CBJJE , conferindo a esse Mestre do saber, não apenas um agradecimento, mas um avivamento de uma história que infelizmente não é contada por muitos.  a historiografia em muitos momentos é bastante desleal e injusta, pois a fama, os holofotes e o dinheiro muitas vezes transformam pessoas que pouco ou nada fizeram pelo esporte em verdadeiros heróis, e alguns com um legado imenso, mas caridoso e silencioso, muitas vezes são entregues ao ostracismo e ao esquecimento. 
"Por isso, continuaremos a homenagear o nosso Mestre em vida, para ele saber o quão especial ele é para nós", palavras do Mestre Clóvis Botelho.

ENTREVISTA COM O MESTRE. KODANSHA CRISTIANE CARVALHO

Mil Vivas!!!! 
A primeira baiana a atingir o nível KODANSHA (Faixa Vermelha e Branca) no Judô. Que você seja a primeira de muitas mulheres a atingir esse nível em nossa terra.
Membro da família tradicionalíssima do Judô e Jiu Jitsu baiano, pertencente ao Clube Itapagipano de Judô  filha do Mestre Ciro, irmã e Mãe de diversas personalidades do cenário de lutas. Parabéns e Vida longa a você Mulher Guerreira!!!!

Numa breve entrevista, ela nos fala da satisfação em atingir a graduação, do inicio em que o Judô era raro para meninas e do legado que ela deixa a todas desportistas da Bahia.



EZ- Kodansha Cristiane Carvalho. A primeira Mulher Baiana a atingir esse nível dentro do Judô. Qual sensação pelo colhimento desse fruto?

KC- Muito feliz e agradecida por ter conseguido alcançar essa graduação.
Dando enorme satisfação  e orgulho também à todos que conhecem o nosso trabalho!
Irmão Ciro, também promovido a KODANSHA
Quatro gerações do Judô baiano
EZ- A senhora é de uma família tradicionalíssima do Judô baiano e brasileiro. Como se deu o seu primeiro contato com o Caminho Suave?

KC-Aos sete anos,  quando meu pai Professor  Ciro permitiu depois de muita insistência minha que frequentasse as aulas em nossa academia,  se eu conseguisse que alguma colega minha também aderisse.  então corri atrás e consegui.  (Risos)


Com o filho Bruno carvalho e o Neto Théo






EZ- Seus dois irmãos (Edson e Ricardo Carvalho), fizeram parte do início do Jiu Jitsu na Bahia. Mais tarde seu filho Bruno também enveredou pelo Jiu Jitsu e MMA. O Jiu Jitsu não te 'seduziu'?

KC-Não tive essa vontade de conhecer e praticar o Jiu Jitsu.
Meus irmãos foram excelentes atletas de judô e os viés da vida levaram -nos ao Jiu Jitsu.
Meu filho Bruno, acredito que tenha acontecido o mesmo.
Eu fiquei com Ciro (outro irmão), também promovido a KODANSHA e meu pai à frente da nossa academia CIJ  - Clube Itapagipano de Judô.





Alguns alunos Judocas
EZ-A senhora enxerga que esse legado de Mestre ou Exemplo acaba te tornando referência para outras mulheres do Judô ou até de outros esportes?

KC-Tenho consciência da responsabilidade que é ter essa graduação e, como sendo a primeira mulher na Bahia vou continuar incentivando e apoiando o judô baiano,  principalmente às mulheres de todas as idades, para que consigam vencer as adversidades do esporte onde 90% são homens.
Também tenho ciência de grandes mulheres nos mais variados esportes. 
A elas meu respeito e admiração!
Família no Clube Itapagipano de Judô



EZ-Gostaria que a senhora deixasse uma consideração final aos leitores do Blog.

KC- Agradeço de coração a todos que direta ou indiretamente ajudaram,  influenciaram e
apoiaram em minha trajetória de vida dentro e fora do judô.
Obrigada, sintam-se abraçados.

Crônicas do Jiu Jitsu. Uma história inspiradora.

  Em uma cidade vibrante à beira-mar, havia um jovem chamado Tiago, que sonhava em se tornar um campeão de jiu-jitsu. Tiago vinha de uma fam...

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