Aproveitando o excelente Seminário ministrado pelo Mestre Alex Cintra na Academis Dos irmãos Grimaldo e Geraldo, absorvemos seus ensinamentos e depois fizemos umas perguntas ao Mestre Cintra, para robustecer nosso Blog com um pouco de ensinamento de mais um grande Mestre.
EZ-Como iniciou sua jornada nas
Artes Marciais? Sabemos que sua mãe foi sua incentivadora.
AC-Na realidade a minha mãe,
Maria Conceição Cintra, levou a mim e aos meus irmãos. Ela fazia Karatê na
antiga academia Askaba com Mestre Denílson Caribé, e Judô na Academia Shyozawa,
com o Mestre Shyozawa. Acabamos entrando por livre e espontânea pressão dela, e
graças a Deus estou no esporte até hoje.
EZ-O senhor marcou época no Judô
baiano, sendo participante da Seleção Brasileira de Judô, Técnico da Seleção Baiana
de Judô. Como se deu essa ascensão?
AC-Como toda criança, eu tinha o
sonho de competir, de ganhar pelo menos um bronze, um terceiro lugar no
campeonato baiano. E tinha o sonho de todo atleta de arte marcial de chegar até
a Faixa Preta. Consegui isso depois de dez anos de treino, ingressei no Judô em
1978 e em 1988 alcancei a Faixa Preta.
EZ-O Seu nome e o de sua equipe é
amplamente conhecido. O senhor iniciou nas artes marciais no Judô e depois
migrou para o Jiu Jitsu. Como se deu essa migração?
AC-Eu treinava na Academia Shyozawa
com o Mestre Serrinha, que é meu Mestre até hoje e ele gostava muito da luta de
chão. Gostava de imobilizar, aplicar chaves, estrangular, e essa era a parte do
Judô que eu mais me identificava. Comecei a estrangular, aplicar chaves,
desmaiei muito com os estrangulamentos do Sensei Serrinha, e acabamos
fortalecendo essa parte da luta. Quando íamos para os campeonatos o pessoal já
gritava para não irem pro chão com o pessoal da Shyozawa, viajávamos para o Rio
de Janeiro e São Paulo para competir ainda pelo Judô. Como a maioria dos
Judocas da época evitava a luta de chão, passamos a frequentar academias de Jiu
Jitsu para treinar, depois procuramos as Federações de Jiu Jitsu, e ingressamos
nessa jornada, criando as nossas Equipes de Jiu Jitsu. No final da década de
1980 começamos essa peleja e hoje a Bahia é uma realidade no cenário nacional.
Eu tenho a honra de estar no inicio de uma geração de grandes nomes como
Minotauro, Edson Carvalho que é Faixa Preta do Sensei Carlson Gracie, Serrinha,
Ricardo Carvalho, Nilton Ferreira, Guilherme Assad, dentre outros grandes
nomes.
EZ-O senhor fez um grande nome
como atleta, ganhando importantes títulos quando o esporte não tinha ainda
tanta visibilidade. É um peso ser um técnico após ter sido um atleta de grande
potencial?
AC-Não digo um peso, mas uma
grande responsabilidade. Sabemos que em todos os aspectos, mesmo numa grande
empresa, tudo recai sobre o líder. Comparando com o futebol, todos podem errar pênalti,
perder gols, mas quando se trata do goleiro, a responsabilidade é bem maior. Sinto-me feliz e bem lisonjeado de ter feito
muitos líderes de equipes, como filhos que criamos para o mundo. Todos me
reverenciam, sou amigo de todos eles e me sinto muito feliz e realizado por
isso, apesar dos percalços que as vezes temos na vida.
EZ-Para finalizar. Deixa uma
mensagem para os leitores do Blog.
AC-Estudem a arte, pesquisem muito, se dediquem ao esporte. Respeitem seu professor, do maior ao menos, ele sempre tem algo a te passar, uma posição, uma saída, um atalho. Tem uma frase do escritor José Saramago que eu gosto muito, e que hoje eu a uso. “O ruim das vitórias é que elas não são definitivas. O bom das derrotas é que elas não são definitivas”. Hoje eu sou um homem evangélico, maduro e amante das artes marciais.
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