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terça-feira, 24 de março de 2015

Entrevista com o Mestre. Paulo Dantas

Ele que foi incentivado pelos filhos a experimentar a Arte Suave, hoje é além de praticante, realizador de eventos que buscam engrandecer nosso cenário local de Jiu Jitsu.
 Excelentes e descontraídas palavras do Mestre Paulo Dantas.







EZ-O senhor é Faixa Preta, líder de equipe, e pai de atletas de Jiu Jitsu também. Então família que luta unida permanece unida?
PD- Sim, acho importante que as famílias se mantenham unidas. E entendo que o esporte é um grande componente para manter viva essa união. No meu caso em particular, somos quatro treinando juntos.  Eu, meu filho mais velho, Felipe, faixa marrom, o caçula, Paulinho, faixa roxa e minha filha, Emanuela, também faixa roxa.

EZ- O senhor está sempre em caminhada dentro da arte suave. Hoje representa a equipe do Mestre Cícero Chosta. Como foi a sua caminhada vestindo kimono das primeiras raspagens até hoje?
PD- Para falar da minha caminhada no Jiu Jitsu eu tenho que falar do meu Mestre, Osvaldo Ribeiro Neto, que embora hoje estejamos em equipes diferentes, mas guardo por ele o mais profundo respeito e agradecimento pelo caminho que me apontou na Arte Suave.
Eu costumo dizer que comecei a treinar tarde, embora reconheça que não há idade limite para começarmos a treinar Jiu Jitsu.
Mas tudo começou por um convite insistente dos meus filhos, enquanto eu sempre protelava tentando fazê-los esquecer dessa ideia que na época me parecia absurda. Mas já não tinha mais como fugir.
Até que um dia, em uma festa, fui arrastado pela minha esposa para o meio do salão onde todos dançavam ao som das músicas dos anos 70. Mal comecei a dançar e as minhas pernas tremiam de tal modo, que tive de interromper a dança e voltar para a mesa onde estavam os amigos.
Isto foi numa noite de sábado.
Passei o resto da noite e o dia do domingo todo pensando no ocorrido.
Me perturbava muito saber que apesar de jovem eu não conseguia dançar um ritmo mais acelerado com a minha esposa.
Estava ali uma prova inequívoca de que eu havia descuidado da minha saúde.
Na segunda feira, ao chegar em casa, após a jornada de um dia de trabalho, Felipe, o meu filho mais velho, me disse: "Pai comprei o seu kimono. E agora, quando o senhor começará a treinar?"
Eu não pensei duas vezes. Lhe respondi: Hoje.
E fui para a academia e daquele dia em diante me dediquei inteiramente aos treinos, era pontual, assíduo e disciplinado. Se por alguma razão eu precisasse faltar eu não deixava de comunicar ao meu mestre.
Das primeiras raspagens até o dia de hoje muitas coisas boas aconteceram em minha vida, tive a oportunidade de conhecer e conviver com muitas pessoas de grande valor moral, poderia citar muitas, mas vou me restringir citando apenas o Mestre Cícero Costha, homem de pouca cultura, mas de uma sabedoria e generosidade muito grande. Me sinto muito honrado em representá-lo aqui na Bahia.
E para fechar, digo-lhe que graças ao Jiu Jitsu, hoje eu curto o prazer de dançar com a minha mulher sem tremer as pernas. (Risos)

EZ- Fale-nos da "In Fight"?
PD- A In-Fight nasce de uma insatisfação natural.
Após eu ter acompanhado os meus alunos nos campeonatos realizados aqui na Bahia pude perceber que apesar dos esforços dos seus organizadores, faltavam algumas coisas, pequenas, mas importantes e que poderiam fazer a diferença.
Daí tive uma excelente oportunidade de iniciar essa nova proposta realizando um evento que na época denominamos de Workshop de Jiu Jitsu.
Um evento que incluía uma palestra sobre Alimentação Ergogênica, ministrada pelo nutricionista baiano Rafael Felix. Uma palestra sobre Lesões Comuns ao Jiu Jitsu, ministrada pelo meu amigo, e hoje aluno, faixa marrom, o Fisioterapeuta, Victor Passos. Uma aula/palestra sobre o tema Treinamento Funcional, ministrada pelo meu mestre e amigo, professor de Educação física, com mestrado e doutorado no assunto, Osvaldo Ribeiro Neto. E fechamos o evento com o seminário de Técnicas de Jiu Jitsu, ministrado pelo Mestre André Marola, faixa preta da Nova União-RJ.
Naquela oportunidade eu conversei com Marola sobre a minha pretensão de realizar um campeonato aqui na Bahia que tivesse diferenciais, considerando os que eu havia visto.
Após lhe contar os detalhes desse meu projeto ele me afirmou, com a convicção de alguém que compõe o corpo diretivo de uma grande Confederação, de que esse projeto teria tudo para dar certo.
E se eu já estava motivado, naquele momento aumentou mais a minha convicção, e poucos meses depois lancei a primeira edição da Copa Bahia de Jiu Jitsu.
Essa 1 ª edição, para mim, para a minha família e para os meus bons amigos que estiveram comigo desde a primeira hora, pelas dificuldades colocadas em nossos caminhos, foi uma edição emblemática.
Pois, a despeito de tudo e de ações de algumas poucas pessoas, nós, conseguimos realiza-la e consagrando a In-Fight e a Copa Bahia como cumpridoras dos seus compromissos.
Hoje, todos que competem e/ou frequentam os nossos campeonatos sabem que a In-Fight sempre paga os prêmios anunciados. Sabem que a In-Fight trata com respeito e dignidade todos aqueles que nos prestigiam.  Sejam professores ou alunos, faixas pretas ou branca, adultos ou crianças, atletas ou expectadores. 
E por consequência, depois dessa 1ª edição vieram as outras etapas, os seminários, os GPs de Jiu Jitsu, o GP Feminino, (o primeiro campeonato que se tem notícias organizado e pensado exclusivamente para a mulher que pratica Jiu Jitsu), e agora somos brindados com o privilégio de organizarmos e realizarmos um evento de grande importância para o Jiu Jitsu da nossa região. A Copa Brasil - Seletiva para o Mundial da CBJJE.



EZ -Percebo nos últimos dois anos uma subida do Jiu Jitsu e MMA baiano para um patamar mais elevado. E vejo que os campeonatos que o senhor monta vem com uma proposta mais de vanguarda para os atletas. Quais os próximos passos?
PD- É verdade, a sua constatação está corretíssima. Houve um ganho muito grande no Jiu Jitsu e também MMA baianos. Esse crescimento na qualidade técnica da nossa arte, passa inicialmente pela conscientização dos atletas, se reconhecendo como peças importantes em todo o processo.
Há também um crescimento numérico. Mais pessoas tem ingressados nas academias de Jiu Jitsu, fortalecendo a nossa modalidade esportiva.

Não podemos deixar de mencionar que esse avanço também passa pelas ações de muitas pessoas, como professores, abnegados formadores de atletas e cidadãos.

É também fruto do trabalho de dirigentes das federações locais, e eu, particularmente destaco o trabalho ora realizado pela FBJJMMA.
Mas não posso ser injusto com as demais federações que contribuíram ao seu tempo e ao seu modo, com esse visível crescimento do Jiu Jitsu na Bahia.
E mais uma vez você acerta, quando percebe e afirma que as nossas ações são de vanguarda.  Eu ouvi, um dia, de atleta praticante de Boxe, que o seu mestre lhe ensinara que para se ganhar um combate é necessário trabalhar sempre avante, bater e ir avante, apanhar mas continuar avante.
Me identifiquei muito com esse conceito. E estabeleci que as ações da In-Fight seriam sempre "avante".
A todo momento estamos pensando coisas e formulas novas que ajude ao nosso esporte a alcançar níveis cada vez mais alto.
E quanto aos nossos próximos passos, eu vou deixar para conversarmos em uma outra oportunidade. (Risos)

EZ- Sempre tivemos talentos natos em nossa boa terra, mas as estruturas, como é sabido por todos, estavam aquém das expectativas. Gradativamente estamos vivenciando outro cenário, ainda distante do merecido, mas já a caminho. Como foi a negociação para realizar aqui a seletiva para o brasileiro. O senhor recebeu o convite ou foi em busca desse evento?
PD- Em primeiro lugar tenho que dar os créditos a João da Hora, coordenador da equipe do Esporte Clube Bahia, que teve a gentileza de nos convidar para organizar e realizar esse evento caso o Moisés Muradi, presidente da CBJJE, tivesse interesse que houvesse seletiva na Bahia para o seu Mundial.
Amigo do Muradi, João lhe fez uma ligação falou-lhe do desejo comum e da nossa experiência em realizar eventos de luta. 
Juntou então a boa relação de João da Hora com o Muradi, associada a nossa experiência como operador de eventos esportivos, para fecharmos o entendimento para a realização de um dos grandes eventos de Jiu Jitsu no calendário baiano de 2015.
Mas tenho a certeza que um fator de destaque, que contribuiu, sobremaneira, para as nossas decisões foi o sentimento da importância de contribuirmos com o Jiu Jitsu da nossa região. Permitindo que levemos para o Mundial em São Paulo o melhor do Jiu Jitsu, selecionado na Bahia.

EZ- Deixa uma mensagem para os leitores do Blog.
PD- A nossa mensagem é dirigida a comunidade do Jiu Jitsu baiano. A quem agradeço o apoio incondicional prestados a mim, de modo pessoal, e aos eventos que realizamos.
Em troca deste apoio lhes asseguro que procurarei trazer para a nossa terra eventos que sejam dignos do nosso valor, da nossa grandiosidade.
E aproveito para reiterar o nosso convite para que todos participem deste grande evento de Jiu Jitsu que é a Copa Brasil - Seletiva para o Mundial 2015 da CBJJE

Deixo ainda uma mensagem aos leitores do Blog, atleta ou não, mas que são empresários ou tem acesso a grandes empresas.
Existem nas mais diversas academias de Jiu Jitsu na Bahia atletas que são verdadeiras esperanças de representar a Bahia em campeonatos em outros estados e no mundo. Mas, por falta de patrocínio sequer conseguem inscreverem-se em campeonatos locais.
Portanto, mais que uma mensagem fica aqui o meu apelo. Patrocine, estimule que outros patrocinem.
Ajudar a quem precisa não faz bem só a consciência, faz bem também ao coração.


Oss

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