De volta a série "Baianos pelo Mundo". batemos papo com o Faixa Marrom Carlos Peixoto, da Equipe Fight Brothers. Começou o Jiu Jitsu com os amigos, meio que de brincadeira, e hoje representa uma equipe baiana na Europa. Let's go!
EZ-Quando e onde você
conheceu a arte suave?
CP- Conheci
o Jiu Jitsu se me lembro bem, entre 2002
e 2004, eu e alguns amigos costumávamos assistir o antigo PRIDE em que eu
curtia muito as finalizações, as quedas e o estilo do Jiu Jitsu.
Sou nascido e criado no
bairro da Caixa D’agua, Ladeira do Paiva, e conheci o Jiu Jitsu um pouco tarde
e também não tinha condições de pagar uma academia, que na verdade nem existia
na área então nunca levei o esporte a sério. Nessa época eu era surfista de
bodyboard, que era meu hobby. Um dia um
grande amigo meu chamado Vagner Carmo, começou a treinar, ficou viciado, e
sempre me (passava o carro) na praia ou nos encontros de amigos, no intuito de
nos converter ao Jiu Jitsu. Então em 2004 comecei a trainar com professor
Roberto Cunha amigo e professor de Vagner, mas ainda não muito frequente.
EZ- E após sua viagem, você
procurou de imediato uma academia para treinar a arte suave?
CP- Sim,
eu saí de Salvador no finalzinho de 2006 inicio de 2007, nessa época eu estava
cursando faculdade e trabalhando e Jiu Jitsu ainda era infrequente na minha
vida, mais por motivos financeiros ou falta de automotivação, acredito eu. Quando cheguei à Inglaterra
tomei um choque cultural muito grande e tive que trabalhar a noite e sem opção
de treino, pois não havia nenhuma academia por perto, mas agora eu podia
comprar um kimono e pagar uma academia! Então nos meados de 2007 encontrei uma
academia a 40 km de casa, na cidade Cambridge. A procura foi intensa
então recomecei os treinos um dia por semana até o dia que tomei coragem,
procurei um emprego na cidade, convenci minha esposa a fazer o mesmo e mudamos
pra Cambridge. Oss! Agora sim, depois de tanta loucura eu
treinava todo dia Jiu Jitsu e MMA.
EZ-E o Jiu Jitsu aí no Reino
Unido é diferente em relação ao Brasil?
CP- Com
certeza! Nós brasileiros temos um diferencial que após esses anos aqui acredito
que venha de um conjunto, de estilo de vida e também genético. Claro que muita
gente que conheço aqui também merece todo mérito no esporte, mas o Jiu Jitsu do
brasileiro é muito mais bonito e limpo e todo mundo sabe e respeita.
EZ- E a situação de
federações, campeonatos e apoio aos atletas, difere muito daqui da Terra
Tupiniquim?
CP- A
realidade daqui difere muito da realidade do Brasil em geral, então o apoio e o
patrocínio aos atletas é muito mais frequente e fácil conseguir, porém muitos
atletas pagam seus próprios custos também. O governo aqui também apoia muito o cidadão
empreendedor, por isso as academias tem mais estrutura. Os campeonatos estão
acontecendo cada vez mais e estão aparecendo muitas federações e por um motivo
de competição entre elas, eles também estão começando a oferecer apoio aos
atletas, o que é bom, porém todo mundo uma hora ou outra vai ter que pagar e se
afiliar.
EZ-E a sua nova empreitada,
representando uma Equipe de origem baiana aí no Reino Unido. Como está
acontecendo?
CP- Pois
é, representar a Família Fight Brothers nada mais que um privilégio e uma honra.
Sinto-me muito feliz por vestir essa
camisa, gente da gente, meus conterrâneos e guerreiros de fé, assim como eu! Estou
trabalhado duro no desenvolvimento de uma equipe aqui no Reino Unido, começamos
as aulas no mês de maio, porque a academia onde as aulas acontecem estava sendo
reformada, mas cada dia matamos um leão!
E tenho fé que com trabalho e dedicação a tendência é crescermos!
EZ-Deixa um recado aos
leitores do Blog Estrangulamento Ezequiel.
CP- Aí família do Jiu Jitsu.
É Deus no céu e Jiu Jitsu na terra! Não a violência e sim a perseverança! Nunca
desista de seus sonhos, não troque seu treino por uma noite de farra. O Jiu Jitsu é um instrumento de
desenvolvimento pessoal que só quem pratica sabe, e se você ainda não percebeu,
não pare. Sua hora vai chegar! Junto até
depois do fim.