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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Os Benefícios do Treinamento Funcional na Terceira Idade


Nesse artigo foram expostos alguns estudos sobre o que é o Treino Funcional (TF) e quais os seus benefícios no dia a dia dos idosos.

 


 FONTE http://fisiar.com.br/os-beneficios-do-treinamento-funcional-na-terceira-idade/

O TF é um método de treino seguro, eficaz e motivador, pois vários estudos foram feitos sobre o assunto e nenhum mostrou qualquer malefício quanto aos resultados esperados. Muito pelo contrário, o idoso que pratica esse método tende a ter uma vida mais saudável e menos propicia a lesões em relação a outras modalidades.
O envelhecimento do corpo requer a prática de atividades específicas e nem todas as  modalidades trabalham  as  necessidades cotidianas deste grupo de pessoas. Diante dessa realidade surgiu há poucos anos uma nova técnica que une bem-estar e saúde, trabalhando o aperfeiçoamento das atividades de desempenho cotidiano. O Treinamento Funcional  é um excelente método para se trabalhar os interesses específicos desta faixa  etária.
Uma avaliação  prévia  do idoso deve ser feita ,assim como a liberação médica para a prática da atividade física regular. A intensidade dos exercícios deve ter uma margem progressiva, do simples para o complexo, respeitando sempre o estágio e a individualidade de cada pessoa.  A freqüência do treino varia  de acordo com o condicionamento físico de cada praticante, sendo no mínimo uma vez por semana com durabilidade de 30 minutos e no máximo cinco vezes por semana com durabilidade de 1 hora. Cada nível deve ter no mínimo 8 semanas de adaptação e a programação dos exercícios fica a critério do professor, levando em consideração, é claro, os objetivos do idoso.
Este trabalho tem o objetivo de apontar os conceitos do Treinamento Funcional e os principais pontos positivos que ele pode trazer para os idosos levando em consideração as suas necessidades.
Palavra-chave: Envelhecimento, Saúde, Necessidades Funcionais.
1. INTRODUÇÃO.
Com o passar das décadas com o aumento da longevidade e a diminuição da mortalidade no Brasil, o país deixou de ser “de jovens” e passou a ser “de velhos”, ou melhor, de idosos. Dados do Instituto Brasileiro de Dados Geográficos e Estatísticos (IBGE) indica o crescimento da população com 65 anos ou mais passou de 4,8% em 1991 para 7,4% em 2010. Com o aumento da expectativa de vida crescem o número de pessoas com doenças crônicas e maiores despesas para o Estado e para a própria estrutura familiar. As doenças crônicas ou não transmissíveis (DnTs) que surgem durante o envelhecimento são problemáticas bastante discutidas atualmente para as políticas públicas, onde estas buscam formas de amenizar essa realidade na sociedade. E como se isso não fosse suficiente uma pesquisa do Ministério da Saúde em 2002 estima que mais de 22% da população com idade superior a 20 anos já sejam portadores de hipertensão arterial, onde esta é responsável por 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio, 80% dos casos de acidente cérebro vascular e 40% das aposentadorias precoces, significando para a saúde pública um custo de 475 milhões de reais por ano. Faz-se, então, necessário uma concentração de esforços nas diferentes áreas profissionais, objetivando um maior conhecimento sobre o fenômeno do envelhecimento, e principalmente como envelhecer de forma saudável priorizando esses esforços na manutenção da independência e autonomia do indivíduo.
O envelhecimento, no entanto, é um processo natural e nesse processo o avanço da idade submete o corpo humano a inúmeras mudanças anatômicas e funcionais. Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionado efetivas reduções nas habilidades realizadas no cotidiano, desde a sensibilidade para gostos primários até alterações nos processos metabólicos do organismo. A forma que cada um envelhece depende da herança genética (genótipo) e dos fatores ambientais (fenótipo), como o D.N.A (ácido desoxirribonucléico) e o estilo de vida.
Durante as etapas do envelhecimento são observados declínios significativos nos diferentes componentes da capacidade funcional (CF), em especial, nas expressões da força muscular (força muscular concêntrica, excêntrica e isométrica máxima, resistência de força, potência muscular, entre outras) e na flexibilidade, caracterizada pela capacidade de mover uma articulação através de sua amplitude máxima de movimento. Assim, estudiosos têm utilizado critérios que combinam status funcional com nível de saúde que correspondem a aplicações práticas do dia-a-dia. Para isso têm usado como referência as atividades da vida diária (AVD) para determinar se um idoso é capaz de viver independentemente. As medidas de AVD permitem saber o que um idoso pode realmente fazer (DIAS, 2011). Afinal, o treinamento funcional vem com uma proposta de construir um indivíduo preparado para o seu dia-a-dia, prevenindo-o contra lesões, retardando o processo de envelhecimento e favorecendo as doenças crônicas como a obesidade, a hipertensão, a diabetes, que são mais acometidas na terceira idade.
O Educador Físico, contudo, segundo a Carta Brasileira de Educação Física (CONFEF, 2000) deverá que desenvolver e aperfeiçoar as atividades (lutas, ginásticas, esportes, danças, atividades de aventura, relaxamento, etc.) com o objetivo de preparar e educar o ser humano para a saúde e um estilo de vida ativo. Com base nessas diretrizes, é prioridade do mesmo proporcionar métodos que desenvolvam benefícios para a população, principalmente a idosa (de estimado número na nossa sociedade).
Esta revisão bibliográfica tem o objetivo de mostrar a importância do treinamento funcional na terceira idade através de aspectos que veremos no decorrer do trabalho como: a) Os conceitos de treinamento funcional; b) Envelhecimento e a capacidade funcional; c) Equipamentos; d) Programas e exercícios e; e) As vantagens do treinamento funcional para os idosos.
2. OS CONCEITOS DE TREINAMENTO FUNCIONAL.
O treinamento funcional (TF) é um método antigo e surgiu da necessidade de trabalhar as funcionalidades do corpo humano. Na Grécia ele aparecia como treinamento para melhorar o desempenho nos Jogos Olímpicos e em Roma como preparação dos gladiadores para os combates. Depois com o surgimento da medicina preventiva foi utilizado por fisioterapeutas durante as reabilitações com pacientes atingidos por lesões ou por perdas de funções do dia a dia. Ganhou o nome de Treinamento Funcional nos Estados Unidos, onde foi criado e difundido pelo mundo até chegar ao Brasil, onde passou a ser utilizado como método de treinamento na Educação Física (EF). De acordo com Ehlert (2011, p. 24):
“Atualmente essa técnica esta sendo bastante utilizada em diversas áreas das ciências do movimento humano, para reabilitação física, treinamento esportivo e condicionamento físico em geral, tendo a finalidade de trabalhar a aptidão física para as diversas modalidades e diferentes grupos devido a sua característica principal que é a conversão de habilidades bio-motoras fundamentais do ser humano. O treinamento funcional consiste na avaliação do nível de independência funcional de um indivíduo fisicamente deficiente, e na assistência para que este indivíduo obtenha o maior nível de independência em suas atividades da vida diária”.
Por exemplo, um jogador de futebol que durante uma partida lesionou gravemente o ligamento cruzado, tem que passar por uma cirurgia para integrar novamente essa região, sendo que após isso ele terá que frequentar diversas sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos necessários para um trabalho mais complexo posteriormente. Quando terminam estas sessões o fisioterapeuta recomenda ao paciente que ele terá que fortalecer a região afetada para voltar a realizar o que antes fazia, jogar futebol. É nessa hora que entra o educador físico e o treinamento funcional como responsáveis para trabalhar e aperfeiçoar os movimentos necessários para o cotidiano desse jogador, onde o mesmo realizará os durante os treinamentos exercícios repetitivos semelhantes aos realizados durante um jogo de futebol: drible, chute e corrida.
Dias (2011), afirma ainda que o Treinamento Funcional refere-se a um conjunto de exercícios praticados como preparo físico ou com o fim de apurar habilidades, em cuja execução se procura atender à função e ao fim prático, ou seja, os exercícios do treinamento funcional apresentam propósitos específicos, geralmente reproduzindo ações motoras que serão utilizadas pelo praticante em seu cotidiano. Isso porque ele trabalha todas as valências físicas de forma equilibrada como, por exemplo:
Equilíbrio;
Força;
Flexibilidade;
Resistência;
Coordenação;
Velocidade.
E além do mais, existem diferentes tipos de treinamento que são como subconjuntos do conjunto TF:
Treinamento do Core (sem utilização de material ou equipamento, somente do corpo);
Treinamento de Equilíbrio Estático e Dinâmico (com provocação de desequilíbrio parado ou em movimento para posterior estabilização);
Treinamento de Força Muscular (exercícios que requer maior potência muscular);
Treinamento de Flexibilidade (alongamento);
Treinamento Aeróbico (caminhar, saltar, correr, etc).
Diante das propostas e variadas formas do TF percebe-se que ele tem uma abordagem variada, dinâmica, motivante, desafiadora e complexa, treinando o corpo para um melhor desempenho nas habilidades necessárias nas atividades cotidianas ou esportivas. (RIBEIRO, 2006). Isso significa que o treinamento funcional além de preparar e melhorar o desempenho do atleta de alto nível envolve movimentos que são específicos em termos de mecânica, coordenação e/ ou sistema energético, para as Atividades de Vida Diária (AVDs) do indivíduo. Ou seja, é um método que explora os movimentos do dia a dia como sentar, deitar, levantar, segurar, subir, descer, entre outros, necessários na vida do idoso. Segundo D´Elia e D’Elia (2005) apud Ribeiro (2006, p.17) o objetivo do treinamento funcional é:
“Resgatar através de um programa de treinamento individualizado e
específico, a capacidade funcional do indivíduo, independente de seu
nível de condição física e das atividades que ele desenvolva,
utilizando exercícios que se relacionam com a atividade específica do
indivíduo e que transferem seus ganhos de forma efetiva para o seu
cotidiano.” (D´ELIA e D’ELIA, 2005 apud RIBEIRO, 2006).
Através desses conceitos podemos notar a importância do treinamento funcional quando se tratar de movimento do cotidiano, então, por isso a necessidade de trabalhar esse método não somente com atletas lesionados, mas também com idosos, pois eles perdem devido à idade avançada grande parte de sua coordenação, equilíbrio, força, resistência, flexibilidade, velocidade, enfim, tudo que se pode ser trabalhado dentro do programa de treinamento funcional.
3. ENVELHECIMENTO.
Á medida que o ser humano vai envelhecendo vão surgindo as doenças crônicas ou chamadas doenças não transmissíveis (DNTs). As DNTs são as maiores responsáveis pelas mortes em idosos no mundo manifestando cada vez mais cedo nas populações, principalmente as sedentárias. Segundo o Ministério da Saúde (2002) as doenças mais comuns apresentadas por idosos são:
Doenças Cardiovasculares: Infarto, Angina, Insuficiência Cardíaca;
Derrames (Acidente Vascular Cerebral – AVC);
Câncer;
Pneumonia;
Enfizema e Bronquite Crônica;
Infecção Urinária;
Diabetes;
Ospeoporose e osteartrose
Os movimentos básicos do dia-a-dia como, por exemplo, de passar de sentado para de pé (ST-DP) é de grande importância para as pessoas, já as dificuldades na realização deste movimento podem ocorrer no idoso em decorrência de fatores intrínsecos ou extrínsecos, limitando a sua participação em atividades cotidianas impedindo, assim, a sua independência. Isso ocorre devido ao envelhecimento e desgaste das articulações, onde muitas das vezes provocam dores no local dificultando ainda mais a produção do movimento. Também outros fatores como a fragilidade da musculatura pode ser a causa para o problema.
O processo de envelhecimento, segundo Farinatti (2002) & Spirduso (2005), ocorre desde o nascimento até a morte, sendo geneticamente programado e com a perda gradativa da massa do músculo esquelético, também conhecida como sarcopenia, e da força que ocorre com o avanço da idade. Com o passar dos anos o corpo humano, mas precisamente após a adolescência, entre os 25 e 65 anos de idade, há diminuição substancial da massa magra ou massa livre de gordura de 10 a 16% por conta das perdas na massa óssea no músculo esquelético e na água corporal total que acontecem com o envelhecimento. A perda da massa muscular e conseqüentemente da força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo. Isso tudo, então, significa que cada vez que envelhecemos nosso metabolismo fica mais desacelerado comprometendo capacidades orgânicas, fisiológicas e funcionais.
3.1 Capacidade Funcional.
A definição de capacidade funcional (CF) está associada a preservação da capacidade do indivíduo para realizar atividades de vida diária (AVDs) e também de desempenhar as atividades instrumentais de vida diária (AIVDs). As AVDs são as que se referem ao autocuidado, ou seja, permitem ao idoso cuidar-se e responder independente de terceiros no espaço limitado de seu lar, envolvendo, por exemplo: alimentar-se, locomover-se, tomar banho, vestir-se, usar o banheiro, andar nos arredores de casa, subir e descer escadas e cortas as unhas. Já as AIVDs estão relacionadas com funções mais complexas que permitem a vida independente na comunidade, incluindo, por exemplo: fazer compras, cozinhar, arrumar a casa, telefonar, usar o transporte, lavar roupa, tomar remédio e ter habilidade para lidar com as próprias finanças. A capacidade funcional de cada idoso é relativa, pois se trata das atividades que ele realizou durante sua vida como esportes, caminhada, alimentação, etc. A diminuição do metabolismo, ou seja, da capacidade do corpo de manter a integridade de seus sistemas orgânicos, aumenta a incidência de doenças crônico-degenerativas, piorando o estado de equilíbrio vital do idoso e, consequentemente, incentivando sua dependência cotidiana (ALVES, LEITE e MACHADO 2008; FARINASSO, 2006; FIEDLER; PERES, 2008).
Defini-se incapacidade funcional como “a dificuldade, devido a uma deficiência, para realizar atividades típicas e pessoalmente desejadas na sociedade como subir escadas, pegar objetos do chão, segurar um objeto, tomar banho, vestir-se, dentre outras necessárias no dia a dia do idoso para que não perca sua alto-estima em sentir-se independente. “Embora o conceito de capacidade funcional seja bastante complexo abrangendo outros como os de incapacidade, deficiência, desvantagem, como também os de autonomia e independência, na prática trabalha-se com o conceito de capacidade/incapacidade” (EHLERT, 2011, p. 22).
As CF nos idosos são vistas como o desenvolvimento de suas aptidões para os trabalhos cotidianos, impedindo que ele se habitue ao sedentarismo total e prejudique ainda mais sua saúde, auto-estima e qualidade de vida (dependência mental). Como pessoas de quaisquer idades, os idosos são capazes de ativar mecanismos de compensação e de otimização para enfrentar perdas em funcionalidades, basta eles praticarem o treinamento funcional pra obterem de novo sua auto-estima e autonomia cotidiana.
4. EQUIPAMENTOS.
No TF utilizam-se diversos tipos de materiais e equipamentos na elaboração de programas. Dependendo do objetivo do treinamento são trabalhadas capacidades específicas para aquele fim, levando em consideração também a pessoa (no caso do trabalho especificaremos somente os idosos) e o espaço, por exemplo:
Bola Suíça é uma bola grande utilizada no trabalho de fortalecimento (braços, pernas e tronco), flexibilidade, equilíbrio e coordenação;
Medicine Ball é uma bola menor, sendo que pesada serve para aumentar a potência e a força dos membros inferiores e superiores e sendo mais leve serve para trabalhar a velocidade (coordenação motora);
Pesos livres, utilizados no trabalho de força e potência muscular.
Kettlebel é um peso com um tipo de alça, utilizado para ganhar força, flexibilidade, potência, equilíbrio e mobilidade em regiões como a lombar, quadril e ombros. Possui variados tipos de carga (6 kg, 8kg, 12kg, 16kg, 20kg, 24kg, entre outros);
Prancha de Equilíbrio é uma plataforma maciça com um semicírculo no centro que provoca a desequilíbrio quando se está sobre ele, estimulando assim o trabalho de equilíbrio e força.
Discos de Equilíbrio é uma plataforma inflável que trabalham o equilíbrio, a postura e o fortalecimento de membros inferiores;
Elásticos, utilizado como substituição de halteres e caneleiras no trabalho de força, por ser mais prático e de fácil transportação. Trabalha também o equilíbrio e a coordenação;
TRX é um tipo de elástico com duas alças nas extremidades que pesa pouco mais de um quilo e pode ser preso em qualquer estrutura fixa. Serve para trabalhar o equilíbrio, a força e a flexibilidade devido à estabilização que provoca nas articulações durante os exercícios.
Entre estes citados muitos outros materiais podem ser improvisados nos treinamentos, como cones, steps, escadas, jumps, rampas, bancos, cordas de pular, ou até mesmo nenhum, realizando os exercícios utilizando o próprio corpo como equipamento (treinamento do core).
Esse método é bastante complexo quando se trata de equipamentos a serem utilizados para o treinamento, pois pode abranger também o de outras modalidades como a musculação, a ginástica, o atletismo, o futebol, etc. Como no trabalho estamos voltados ao estudo do TF para um grupo especial, que no caso são os idosos, especificaremos somente alguns dos recursos mais utilizados e comuns, com intuito de simplificar mais o conteúdo, não que os outros demais sejam descartados para esse grupo, depende só da criatividade e dos critérios de cada professor.
5. PROGRAMAS E EXERCÍCIOS.
Os programas e exercícios aqui expostos são voltados para o público idoso, respeitando seus estágios e suas prioridades quando se tratar de objetivos a serem trabalhados. Como foi dito anteriormente o treinamento funcional tem o objetivo de desenvolver as capacidades físicas e funcionais e, como sabemos, o idoso tem grande parte de suas habilidades afetadas por questões da própria idade avançada. Mais adiante exemplos de algumas das atividades que podem ser trabalhados em certos estágios no TF serão citadas para melhor entendimento.
Antes de iniciarmos um programa de exercícios para idosos algumas questões devem ser levadas em consideração (RASO, 2007), como:
Nível I: Incapacidade física total. O idoso depende totalmente de auxílio externo;
Nível II: Necessita de cuidado domiciliar ou institucional. O idoso é fisicamente dependente, pois ainda possui dificuldades para realizar atividades como deslocar-se, banhar-se e ingerir alimentos sólidos;
Nível III: Neste nível o idoso executa todas as atividades da vida diária (AVD), mas a incapacidade física ainda o impede de realizar atividades instrumentais da vida diária (AIVD);
Nível IV: Neste nível o indivíduo é fisicamente independente. Executa todas as AVD e a maioria das AVID mesmo possuindo baixa reserva funcional;
Nível V: Nesta categoria o indivíduo já é fisicamente apto e realizar exercícios de forma regular de 2 a 3x na semana;
Nível VI: o idoso pode ser considerado atleta de elite em sua categoria tendo sua condição física superior a indivíduos jovens sedentários.
Analisar as características individuais do idoso, entrevistar ele ou seu responsável, fazer a avaliação física e clínica, dá mais segurança ao trabalho e ajuda na montagem do programa e de seus exercícios.
Os exercícios consistem basicamente em agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar, levantar e girar, entre outros, com o objetivo de desenvolver o equilíbrio, a força, a flexibilidade, a resistência, a coordenação e a velocidade. Estas qualidades são importantes para cumprirmos tarefas normais do cotidiano tais como: amarrar o próprio calçado, levantar da cadeira sem ajuda, agachar para pegar algo no chão sem perder o equilíbrio ou machucar as costas, alcançar objetos no alto, guardados acima da cabeça, sem sentir dor no ombro, caminhar nas ruas com equilíbrio e segurança, subir e descer degraus com mais firmeza nas pernas e principalmente, respirar melhor. Aparentemente mostram serem tarefas do cotidiano simples, mas para os idosos estas situações podem se tornar grandes obstáculos para o seu convívio individual e social, porque as musculaturas não estão fortes o bastante para tais movimentos. Estando atrofiadas, algumas rígidas, dificultam a mobilidade e ficam vulneráveis às lesões.
6. AS VATAGENS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA OS IDOSOS.
Além das doenças crônicas não transmissíveis (DnTs), uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira idade é a queda que geralmente acontece por anormalidades do equilíbrio, fraqueza muscular, desordens visuais, anormalidades do passo, doença cardiovascular, alteração cognitiva e consumo de alguns medicamentos. Segundo Matsudo (1999) o TF desenvolve variados benefícios e pode oferecer aos idosos uma melhora em diferentes aspectos da vida cotidiana, os quais todos contribuem de forma positiva na melhoria da qualidade de vida desse grupo, como:
Aumento do nível de atividade física espontânea;
Fortalecimento dos músculos e estabilidade articular;
Melhora os reflexos, a coordenação e o equilíbrio estático e dinâmico;
Ajuda na manutenção dos níveis satisfatórios das doenças crônicas (diabetes, pressão, etc);
Melhora a sinergia motora das reações posturais, principalmente da coluna vertebral;
Trabalha e incrementa a flexibilidade;
Mantém o peso corporal;
Melhora a mobilidade;
Diminui o risco de doença cardiovascular;
Contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea;
Melhora a ingestão alimentar;
Diminuição da depressão;
Diminuição da incidência de lesão;
Desenvolvimento da consciência sinestésica e do controle corporal.
Melhora a lateralidade corporal;
Dentre outras qualidades necessárias e indispensáveis para a eficiência dos trabalhos diários.
Lembrando sempre que uma avaliação antes de qualquer prática de uma atividade, inclusive a de TF, deve ser realizada para que se possam saber quais qualidades, quantidades e padrões de movimentos necessitarão de mais atenção na prescrição dos programas de exercícios, e assim, serem estimuladas corretamente (ARTUR & THIAGO, 2010).
7. CONCLUSÃO.
Nesse artigo foram expostos alguns estudos sobre o que é o TF e quais os seus benefícios no dia a dia dos idosos. Referências de alguns dos conceitos do que é TF em pesquisas de autores atuais como Ehlert (2011) e Dias (2012), são de grande importância para a difusão desse novo método. D’elia & D’elia (2005) e Raso (2007) contribuiram também de forma positiva para a construção desse trabalho.
O TF é um método de treino seguro, eficaz e motivador, pois vários estudos foram feitos sobre o assunto e nenhum mostrou qualquer malefício quanto aos resultados esperados. Muito pelo contrário, o idoso que prática esse método tende a ter uma vida mais saudável e menos propicio a lesões em relação a outras modalidades. A intensidade dos exercícios deve ter uma margem progressiva (do simples para o complexo, respeitando sempre o estágio e a individualidade de cada idoso) para que o trabalho não se estabilize, ficando o mesmo sem rendimentos quanto aos resultados esperados. Deve-se também fazer uma prévia avaliação e preparação do idoso, mensurando os seus resultados para se ter uma fonte qualitativa do treinamento em relação a prática. A freqüência do treino varia também de acordo com o condicionamento físico de cada praticante, sendo no mínimo uma vez por semana com durabilidade de 30 minutos e no máximo cinco vezes por semana com durabilidade de 1 hora. Cada nível deve ter no mínimo 8 semanas de adaptação e a programação dos exercícios fica a critério do professor, levando em consideração, é claro, os objetivos do idoso.
A necessidade de mais estudos nesta área do TF é necessária para nós professores de EF termos mais evidências científica quanto aos exercícios propostos neste tipo de treinamento. A população idosa como maioria no Brasil merece respeito, dignidade e novas oportunidades para uma vida melhor e menos dependente. Assim, a missão de podermos trabalhar com esse público não é somente um direito dado aos educadores físicos, mas um dever para com a sociedade.
RESUMEN
El envejecimiento del cuerpo asociada con la antigua cultura de disminución de la actividad física, estilo de vida y el paso del tiempo fisiológico causado la enfermedad en la aparición de enfermedades crónicas. Debido a esto muchos de nuestros adultos mayores hoy en día nunca han practicado o no practicar ninguna actividad física por falta de interés por los métodos que a menudo no funcionan sus necesidades cotidianas, en última instancia, a salir y regresar a la vida sedentaria. Ante esta realidad llegó hace unos años una nueva técnica que vinculan las actividades de bienestar, salud y trabajo y la mejora del desempeño diario, entrenamiento funcional, donde se convirtió, a causa de sus prioridades, uno de los métodos más convenientes para los intereses de trabajo un grupo de alto. Este trabajo, sin embargo, tiene como objetivo señalar los conceptos de entrenamiento funcional y puntos fuertes que puede traer a las personas mayores, teniendo en cuenta sus necesidades, los ejercicios y los benefícios.
* Lorena Prado
* Mestrando em Educação – Universidad San Lorenzo. Especialista em Atividades para Academia – Faculdade Evolução. Graduada em Educação Física – Universidade Estadual Vale do Acaraú. Professora de musculação e ginástica nas empresas Physical Academia e Sindicato Calçadista de Sobral. Agente de atividade física no PELC – Sobral.
Palabra Clave: Envejecimiento, salud, necesidades funcionales.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ALVES, L. C.; LEITE, I. C.; MACHADO, C. J. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciência e Saúde Coletiva. 2008.
ELLERT, R. A utilização do treinamento físico funcional para a população idosa: estudo de revisão bibliográfica. 2011. 42p. Monografia. (Graduação em Educação Física – Bacharelado, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Porto Alegre, 2011. Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32284/000785229.pdfsequence=1> Acesso em: 15/03/2012.
DIAS, K. A. Treinamento Funcional: Um novo conceito de Treinamento Físico para os Idosos. Disponível em:<http://www.cdof.com.br/treinamentofuncional2.htm>. Acesso em: 29/03/2012.
SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri: Manole, 2005.

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