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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Blog Jiu Jitsu. As migalhas do micro poder e as lutas injustificadas do proletariado.

 

Havia um espaço público em que aconteciam aulas de artes marciais no coração da cidade. O professor de Hap Ki Dô, Sr. Takeshi, era conhecido por sua personalidade difícil. Ele era teimoso, egocêntrico e não hesitava em entrar em discussões acaloradas com seus alunos e colegas. Ninguém gostava dele, mas todos respeitavam sua habilidade no tatame.

 

Um dia, o professor de capoeira, Mestre Rafael, chegou a esse espaço. Ele era calmo, paciente e sempre tinha um sorriso no rosto. Ao contrário de Sr. Takeshi, Mestre Rafael era bem quisto por todos. Ele ensinava com paixão e compartilhava seus conhecimentos sem egoísmo.

 

Sr. Takeshi não suportava a presença de Mestre Rafael. Ele via a capoeira como uma ameaça ao seu domínio no espaço. Um dia, durante uma conversa, Sr. Takeshi desafiou Mestre Rafael apenas por esse estar com um horário que o Sr. Takeshi considerava melhor. Ele queria provar para todos que ele era superior.

 


Como as pessoas não queriam confusão e sempre cediam às suas provocações, o Sr. Takeshi estava confiante, enquanto Mestre Rafael permanecia tranquilo. O que o Sr. Takeshi não esperava, era que Mestre Rafael tinha tanta disposição para lutar pelos seus ideais quanto ele, e Mestre Rafael não tinha nenhum tipo de medo do Sr. Takeshi.

Enquanto Sr. Takeshi levantava a voz, Mestre Rafael disse: “Aqui na terra, somos apenas passageiros. Não importa quem ganhe ou perca. O importante é aprender e crescer.” Mas é preciso saber respeitar a conquista do outro, não vou ceder aos seus ataques de fúria e exijo respeito. Não tenho medo de você e isso não é atitude de Mestre. Somos todos passageiros nesse planeta, nada é nosso. E eu tenho tanto direito quanto você de lutar pelos espaços públicos, afinal esses espaços não são seus. E se você passar desse ponto, nosso embate será de homem para homem.

 

Sr. Takeshi ficou atordoado. Ele percebeu que sua arrogância o havia cegado. Ele não aceitou as palavras de Mestre Rafael, mas viu que havia um homem na frente dele que não se renderia aos seus gritos e mandos. Foi necessário ponderar e entender que os grandes políticos, apesar de serem opostos, se tratam com cordialidade, sentam, apertam as mãos, tomam café, riem e usufruem o poder público juntos, apesar de serem antagônicos, e os pobres, a população sofrida em vez de fazer o mesmo, ficam se matando, se esgoelando por migalhas. O bem público é difuso, é de todos e não é de ninguém, e Mestre Rafael não brigaria por espaço, ele não era louco, e nem esfomeado pelo micro poder. Ele só queria mostrar a aquele homem arrogante na frente dele, que ele não se curvaria a nenhum homem por medo. O único digno de louvor é Jesus Cristo.

 


As pessoas na academia também tinham sua opinião sobre Sr. Takeshi. Ele era teimoso, mas precisou entender que nem todos cederiam a ele. E que o mestre Rafael não tinha nenhuma raiva dele, e nem rancor. Aliás, o Mestre Rafael não era um covarde que falava por trás. Mas aquele narcisismo precisava ser freado.

 

Ele ensinou aos alunos que o verdadeiro poder não está na força física, mas na humildade e na capacidade de aprender com os outros. E, como Mestre Rafael disse, “As pessoas não têm medo de você, Sr. Takeshi. Elas têm medo de perder a oportunidade de crescer.”.

E no final ele saiu tocando o seu berimbau e cantando: “... cuidado moço que essa fruta tem caroço...”.

 

 

 

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