Nossa entrevistada do mês tem o Jiu Jitsu na veia. Mãe irmã e esposa de lutadores da Arte Suave, vamos ouvir um pouco de Marta Helena, já a dezessete anos na arte.
EZ- Faixa preta de Jiu Jitsu, mãe
e esposa de lutadores. Como a arte marcial entrou em sua vida?
MH-O jiu-jitsu entrou em minha
vida há 17 anos, fui por incentivo dos meus irmãos Marcilio e Marcelo. Comecei a
treinar com os grandes mestres Ricardo e Edson Carvalho. Fazia dança na UFBA e
Karate, mas quando conheci esse maravilhoso esporte larguei tudo. (Risos)
EZ- Qual a sua preferência?
Competir ou dar aula?
MH-Na verdade minha preferência
sempre foi competir, mas quando treinava patrocínio era muito difícil e ainda
existia o preconceito com mulheres no tatame, aí fui fazer faculdade, treinava
menos e aí então no decorrer do tempo e nas competições conheci Sinho Bahiano, que
começamos um relacionamento e tivemos um filho, aí foi ficando mais complicado.
Tendo que correr atrás e trabalhar... Mas ainda assim nunca deixei o esporte e
o trabalho social que já desenvolvo há 9 anos em algumas localidades.
EZ-Você, junto ao seu esposo
Sinho Bahiano tem um projeto bonito em São Caetano ministrando aulas de Jiu
Jitsu? Como está o projeto e como fazer para dar uma força a esse projeto?
MH- É, comecei no projeto social
há 9 anos atrás no Nordeste de Amaralina juntamente com Iuri Alves, Sinho Bahiano
e meu irmão Marcelo. Por esse projeto passou Romenito, Marcio Velaminho, Cleber
Orgulho, Mashida entre outros... Como era um projeto do estado e o objetivo era
deixar com que a comunidade andasse com suas próprias pernas, Romenito ficou
como instrutor responsável. Como Sinho já dava aula em São Caetano resolvemos
fazer o mesmo. Hoje damos aula sem nenhum apoio do Governo, Sinho é o professor
responsável pelo Jiu-jitsu juntamente com Zé Carlos porque meu trabalho me
consome muito e infelizmente não temos apoio. A comunidade está aberta para
quem quiser e se interessar em apoiar, mas se o apoio não acontecer nada vai
parar.
EZ- A mulher já conquistou seu
espaço dentro das artes marciais, assim como em várias outras áreas da
sociedade. Em nosso cenário, quais meninas figuram com expressão no Jiu Jitsu?
MH- Pois é. Hoje temos várias
meninas praticando nosso esporte e na Bahia temos boas atletas como Lia
Dornelas, minha parceira que começamos juntas e hoje também mãe de família, mas
não parou... Temos também Virna (uma grande Black Belt que vem se destacando
muito nos campeonatos) e Luane Alexandrino (excelente atleta, dedicada,
humildade e talentosa, sempre venho incentivando muito essa menina). Ainda
assim, existe o preconceito no Jiu feminino.
EZ-O fato de ser esposa de um
Mestre líder de equipe pesa na faixa?
MH- Pesa muito também, graças a
Deus sou muito respeitada na nossa equipe e no jiu-jitsu em geral, tenho um bom
relacionamento com líderes de outras equipes e ainda tem meus irmãos que também
são líderes de equipe. Mas o peso maior também vem porque sou das antigas
apesar de infelizmente não estar competindo e porque aprendi a ter o respeito e
reconhecer a hierarquia, que isso é uma coisa que ainda tá faltando para os
novatos. (Risos).
EZ-Deixa uma palavra de
incentivo, em especial para as garotas que estão no inicio dessa peregrinação
que são os caminhos das artes marciais.
MH - Então garotas, vamos lá,
corram atrás dos seus sonhos e não desistam nunca porque o jiu-jitsu supera
tudo! Costumo falar sempre que sou felizarda porque sou mulher, irmã e mãe de
jiu-jiteiros (Risos).
O jiu-jitsu corre no sangue!
Amooooo esse esporte!
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