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sábado, 30 de abril de 2016

Com a palavra, o Professor.

Esse espaço está destinado aos professores de Educação Física, para postarem assuntos relevantes em suas áreas, seja de pesquisa ou docência. Toda informação e contribuição será bem vinda!


                             Jiu-Jitsu – Lesões recorrentes e medidas preventivas

                                                                                                                              Jairo da Luz Libório
                                                                                           Formado em Educação Física pela UCSAL.
                                                                                                                     Licenciatura e bacharelado
                                                                                                                           CREF – 008685-G/BA

 O Jiu-Jítsu, “Arte suave”, surgiu há cerca de 2500 anos, e eram praticados por monges budistas, numa região entre a China e a Índia. Segundo CUNHA, Astolfo ( 2009 apud GURGEL 2003, p.13) naquele momento seus praticantes tinham um biotipo físico franzino, e precisavam desenvolver técnicas de defesa que os permitissem desviar de ataques, principalmente de armas brancas. Segundo IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A.
 o Jiu Jítsu foi aperfeiçoado sobremaneira no Brasil, especialmente com a família “Gracie”, que passou a ser denominado como a nova arte marcial, o Brazilian. Segundo IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A. (2005, apud Platonov 2004) afirma que muitos esportistas excepcionais estão obrigados a dispensar mais atenção e tempo na cura das enfermidades e dos traumatismos que na própria atividade de treinamento e competição. Vários deles têm suportado gravíssimas cirurgias e gasto tempo e forças na posterior reabilitação e recuperação do nível de treinamento. Todas são fundamentadas em princípios biomecânicos e podem causar sérios traumas aos adversários quando aplicadas com toda sua magnitude. Somente as imobilizações constituem um grupo que não têm como objetivo levar situações de perigo ao adversário e nem provocar lesões, e que devido a esse fato, esses movimentos não apresentam riscos de lesões tanto para quem aplica quanto para quem recebe a técnica. 
O objetivo das imobilizações é bloquear os movimentos mais ofensivos e possíveis reações do oponente (IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A., 2005 Apud NEME & ALVES, 2005). As lesões no praticante de Jiu-Jítsu estão associadas às técnicas aplicadas, essas são seis, tais quais: PROJEÇÕES São utilizadas com o intuito de desequilibrar e derrubar o adversário projetando-o em direção ao solo, e a partir desse momento o combate desenvolva-se no chão.  Lesões aos rins associados à aplicação de técnicas de projeção em treinamentos foram encontradas em estudos. O paciente apresentava após a queda, um ponto doloroso no lado esquerdo do tronco e urina com coloração avermelhada, indicando uma possível lesão ao rim devido ao amortecimento mal realizado e o violento impacto com o chão (IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A.2005 Apud ITAGAKI, 2004). 
 Segundo França (2001), Projeções podem ocasionar fraturas no processo odontóide, sendo divididas em 3 tipos (fratura do ápice, do corpo e da base). São descritas como possíveis lesões relacionadas às técnicas de projeções: Estiramentos e entorses de primeiro a terceiro grau; Luxações e subluxações articulares; Sinovites; Defeitos osteocondrais; e Fraturas associadas a múltiplas estruturas musculares e articulares (IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A.2005 Apud FRANÇA, 2001). PINÇAMENTOS ("chave de bíceps" e "chave de panturrilha"). São ataques que objetivam pressionar estruturas musculares e centros nervosos dos adversários. Num primeiro momento provocam extrema dor e fazem com que o adversário recue de seus ataques. Os mais comuns e utilizados são os que pressionam a tíbia do atacante contra os músculos bíceps braquial e tríceps sural do oponente. As lesões a essas estruturas dependem da magnitude da força aplicada pelo praticante e podem constituir: Estiramentos de primeiro a terceiro grau IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A.2005 Apud (NEME & ALVES, 2005) CHAVES.
 Ataques a estruturas articulares que visam suas imobilizações e extensões além das respectivas amplitudes de movimento. As chaves mais utilizadas são as que hiperestendem as articulações do cotovelo e do joelho, conhecidas como "Arm lock" e "Leg lock". O "Arm lock" pode levar a uma diminuição da amplitude de movimento e surgimento de dor, pois o movimento feito de forma violenta, ou com repetição contínua, pode causar uma cicatrização da cápsula dentro da articulação do cotovelo, e lesão com cicatrização muscular na sua porção anterior (IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A.2005 Apud GARCIA, 2004).
 De maneira geral as duas técnicas podem ocasionar traumas do tipo: Estiramento e entorse de primeiro a terceiro grau; Luxação e subluxação articular; Fraturas articulares; e Defeitos osteocondrais. TORÇÕES Essas técnicas também constituem ataques a estruturas articulares, mas que visam submetê-las a amplitudes de movimento além das suportadas pelas mesmas. As principais são as que atacam as articulações do ombro ("Americanas" e "Omoplatas"), do tornozelo ("Americana de pé" e "Chave de pé reta"), e a porção cervical da coluna vertebral ("Cervical"). Possíveis lesões: Todas podem ocasionar traumas do tipo Estiramento e entorse de primeiro a terceiro grau; Luxação e subluxação articular; Fraturas articulares; Defeitos osteocondrais; e Tetraplegia (Somente para “cervical”). As lesões cervicais também podem causar danos neurológicos, viscerais e de grandes vasos. Danos neurológicos podem ser identificados e terem sido causados por secção, contusão, compressão e isquemia medular. A fratura de C1 ("de Jefferson") é uma fratura estável que ocorre com o impacto do anel de C1 contra os côndilos occipitais. Pode ocorrer por uma sobrecarga axial no topo da cabeça (FRANÇA, 2001).

 ESTRANGULAMENTOS Tem como objetivo interromper o fluxo de ar para os pulmões e/ou sanguíneo para o cérebro. Apresentam um tipo de lesão ao lutador que não são encontradas em nenhuma outra manifestação desportiva. Eles proporcionam traumas que são unicamente consequentes das técnicas das lutas e artes marciais. O estrangulamento é a asfixia mecânica onde ocorre uma constrição do pescoço, causando embaraço à livre entrada de ar no aparelho respiratório feito por meio de um laço acionado pela força muscular da própria vítima, ou de um estranho, pode se utilizar o kimono (Roupa utilizada para a prática) para que se execute a técnica (FRANÇA, 2001). Possíveis lesões: · Morte - pelo impedimento da penetração do ar nas vias aéreas; por morte circulatória devido à compressão dos grandes vasos do pescoço que conduzem para o cérebro; por morte nervosa do mecanismo reflexo (inibição vagal). · Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas, pescoço e face anterior do tórax. · Infiltração hemorrágica em tela subcutânea e musculatura subjacente ao sulco. · Rupturas musculares. · Fraturas e luxações das vértebras cervicais. Medidas Preventivas O desempenho físico da cada pessoa é baseado na interação de aspectos cognitivos, capacidades físicas e psicológicas, que, na presença de certos fatores externos associados a condições limitantes, levam a aptidão física.
 A ocorrência de lesões esportivas é decorrência da inter-relação entre o atleta e o esporte praticado. Toda atividade física gera uma sobrecarga em algum ponto do aparelho locomotor, se esta sobrecarga fica circunscrita à capacidade fisiológica do organismo de se recuperar, não há a instalação de um processo patológico. A base de todas as teorias envolvidas no trabalho de prevenção das lesões leva em conta a capacidade de se avaliar adequadamente as limitações de quem pratica o esporte associada com o conhecimento da magnitude e tipo de sobrecarga que a prática do esporte gera. Atletas bem condicionados sofrem um menor número de lesões (CUNHA, Astolfo 2009, apud GREVE & AMATUZZI, 1999, p.25). Todo treinamento esportivo tem uma preparação, existe a preparação básica, a preparação especifica e a etapa de altos rendimentos.
 Quando o atleta em uma destas fases possui um aumento muito rápido da quantidade de treinamento, ou seja, instrução exagerada com desenvolvimentos motores difíceis, acumulação de competições com intervalos pequenos de uma prova para outra, ocorre o chamado “overtrainning”, isto ocorre quando o atleta tem uma recaída devido a fadiga levando a falta de animo provocando danos fisiológicos pelos exageros da preparação (CUNHA, Astolfo 2009, apud WEINECK, 2001; WILMORE & COSTIL, 2001, p.26). Portanto deve-se cuidar para a correta execução dos movimentos, e apesar de o treinamento de Jiu-Jítsu possuir movimentos de puxar, empurrar, dentre outros, assemelhando em parte com exercícios de resistência, deve-se preparar a musculatura com exercícios específicos que fortaleçam tanto músculos quanto a articulação.Além da força e a resistência também é uma capacidade muito importante para o praticante que pode passar minutos numa mesma posição, seja imobilizando o adversário na tentativa de finalizá-lo ou mesmo tentando se desvencilhar de um ataque ou imobilização. Entretanto a flexibilidade pode ser considerada a capacidade física mais importante para o atleta de Jiu-Jítsu, principalmente para evitar lesões musculoesqueléticas. A flexibilidade é de extrema importância pra o desempenho da luta, onde a mesma nos quadris e nas pernas permite ao lutador baixar o centro de gravidade para uma posição defensiva. Consequentemente, a amplitude de movimento do quadril permitirá uma melhor técnica defensiva. Esse aumento em confiança enquanto a posição defensiva permitira que o lutador ataque livremente e não se torne preocupado pelo medo de realizar um erro e acabar no fundo apenas para ser definhado (PIRES, G. S. et al.). 
Referências bibliográficas: Cunha, Astolfo Incidência e fatores de risco de lesões musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu/Astolfo Sacramento Cunha Júnior. -- Belém, 2009. 62 f. PIRES, G. S. et al. AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU. IDE, Bernardo N.; PADILHA, Daniel A. Possíveis lesões decorrentes da aplicação das técnicas do jiu-jitsu desportivo. Rev Digital (Buenos Aires), v. 10, n. 83, p. 6, 2005.

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Professor Mar e as suas Crionças.

 Ah, vamos mergulhar no mundo do jiu-jitsu brasileiro, onde os tatames são a nossa tela, e os praticantes – bom, eles são um bando colorido!...

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