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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mulheres no Tatame. Luane Alexandrino



Continuando a ouvir as meninas que fazem bonito nos tatames, conversamos com a Faixa Roxa de Dito Sagat, Luane Alexandrino. Vamos conhecer um pouco dessa guerreira!












EZ- Como foi seu início no Jiu Jitsu e o que te levou a escolher a arte suave?
LA-Comecei a treinar Jiu Jitsu por acaso, entrei na academia para fazer boxe com uma amiga (Marcela Franco) e depois da nossa aula de boxe começava o Jiu Jitsu que eu não sabia nem o que era, nunca tinha ouvido falar. Até que Dito Sagat, meu Sensei até hoje, chamou a gente para fazer uma aula.  Desse dia em diante eu nunca mais parei de treinar (Risos). Costumo dizer que não escolhi o Jiu, o Jiu que me escolheu.


EZ Seus pais, suas amigas, aceitaram bem ou falaram sobre o estigma de Jiu Jitsu ser coisa para homem?
LA- Na época eu morava só com meu avô (o meu espelho, o amor da minha vida) e ele odiava, toda hora que entrava em casa com o kimono ele falava "menina, vá fazer uma dança, um negócio de menina”. Até os últimos dias da vida dele a vontade dele era que eu largasse o Jiu Jitsu.  Então se eu não parei de treinar por ele acho que ninguém mas me faz parar. Talvez se ele tivesse vivo hoje veria que não me fez tão mal assim.  E ele era Bahia "doente"(foi isso que me fez competir para entrar no time!) quem sabe hoje ele estaria me apoiando né? (Risos.) Minha mãe não me apoia até hoje, só gosta de falar " ela ganhou mais uma medalha aí nessa maluquice”.  Meu grande apoio hoje em dia é o meu pai. As amigas sempre aceitaram muito bem, estão sempre torcendo e rezando por mim.

EZ- Você compete, está sempre representando bem a Bahia, sua Equipe, a Nordeste Jiu Jitsu e o Esporte Clube Bahia. O Clube do Bahia dá uma sustentação forte ao atleta?
LA- Todo mundo sabe que em Salvador a coisa mais difícil do mundo é achar patrocinador bom, disposto a apoiar o Jiu Jitsu, que não é olímpico etc. O Bahia é o meu primeiro patrocínio, fui pro Rio Open com o prêmio da seletiva e o mundial também, inscrição, alojamento e transporte foi tudo com eles. Então pra mim está sendo uma grande ajuda e pro meu pai que eu costumo falar que é o meu PAItrocínio uma ajudinha. Mas, eu acredito que essa ajudinha do Bahia vai virar uma super ajuda daqui a uns tempos. Fora que pra eu conseguir qualquer outro patrocínio é mais fácil sendo atleta do Bahia não é? E ainda tenho a questão emocional, de ser do Bahia pelo meu avô, então entrar pro time foi a melhor coisa.


EZ- No mundial desse ano em São Paulo, você ficou em terceiro lugar e disse que tem Jiu Jitsu pra estar em lugar mais alto do pódio.  O que faltou?
LA- Faltou treino. Passei uns 20 dias no Rio treinando com Marcio Rodrigues e lá eles treinam o tempo inteiro. No Rio de Janeiro e em São Paulo, tem gente que vive só disso, os patrocínios lá são fortíssimos. A pessoa só precisa treinar e ganhar campeonato. Aqui em Salvador você não acha isso, tem que trabalhar, estudar...
A diferença é só essa, mas tudo que eles sabem lá, nós sabemos aqui, só nos falta tempo e patrocínio.

EZ- Quem são as meninas aqui na Bahia que são suas maiores rivais, (no bom sentido), dentro do tatame?
LA- Não tenho rival. Antigamente eu não lutava muito campeonato por isso, porque dentro do Jiu sempre tem esse negócio de "fulano é melhor que fulano”, e eu nunca gostei dessas coisas. Vou competir para botar em pratica o que eu aprendo.  Não estou nem aí pra ser melhor ou pior. O problema que quando você começa a competir muito e não perde tipo que você fica tendo uma atenção maior das pessoas. Aí pronto! Se você perder uma (luta) é motivo de um monte de conversinha de gente te perguntando o que foi que aconteceu... terrível.
Nunca tive uma rival, cada campeonato, cada luta eu tenho uma diferente por 5 ou 8 minutos (tempo de luta) depois disso volta tudo ao normal e a vida continua.


EZ- Explique-nos o que significa #casaloss (Risos)
LA- Casaloss foi um # que eu e o meu namorado Robson Junior(Bicudo) inventamos por brincadeira (Risos). Pra mim representa o quanto que um apoia o outro e quanto estamos juntos nessa batalha. Ele me apoia e me incentiva muito mais do que qualquer outra pessoa, estamos juntos sempre.  Onde eu invento de ir competir ele está colado, então o #Casaloss significa: Luane e Bicudo, está marcado já. Até no nosso kimono já tem o #.


EZ- Quais são suas metas, foco e expectativas dentro da Arte Suave?
LA- Estou vendo com meu pai a possibilidade de passar um tempo treinando no Rio de janeiro, mas se não rolar, vou continuar treinando do jeito que der por aqui, firme e forte com meu parceiro de todas as horas(Bicudo) e o meu Sensei (Dito Sagat).  Se foi ele que me ensinou tudo que sei até hoje, por que que não vai ser ele que vai me botar no primeiro lugar do mundial? Então eu acredito que ainda tenho muita história pela frente dentro do Jiu, só Deus sabe onde é que eu vou parar. A meta é nunca parar, mesmo com toda dificuldade. Oss #Nordestenãopara.

EZ- Deixa uma palavra de incentivo para as meninas que pretendem fazer ou fazem Jiu Jitsu ou outro esporte e a todos os leitores do Blog.
LA-Então meninas, eu sei como é difícil ser mulher dentro de um tatame lotado de homens bem mais fortes e suados, mas quando Deus escolhe para entrar no tatame não tem jeito.  O único jeito é virar um deles, homens fortes e suados(Risos)
Nunca desistam dos sonhos de vocês, com fé, esperança e muito treino nós podemos chegar a qualquer lugar.
"Pra quem tem fé a vida nunca tem fim."

Desistir é uma palavra que não existe no dicionário de uma “jiujiteira”. Ooosss

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