O Blog Estrangulamento Ezequiel
(EZ), com muita honra sorve a sabedoria das palavras do Multi Artista Marcial,
Mestre em Jiu Jitsu Mauro Júnior (MJ). Espero que os leitores se deleitem com
as palavras.
EZ- Sabemos que você é um
Multi Artista Marcial, conhecedor de várias artes. Faixa preta de Judô e
Jiu-Jitsu. Como começou todo esse processo de aprendizagem?
MJ- Iniciei a prática
marcial ainda jovem, aos 04 anos. Juntamente com meu pai, que era praticante de
Judô, recebi minhas primeiras lições do Mestre Kazuo Yoshida. Aos 07 anos já
treinava na Academia Shiozawa, aos cuidados do Mestre Edvaldo Luís, o
“Serrinha”, e participava das primeiras competições de Judô.
Continuando os estudos, em 1991,
ingressei na equipe de Jiu-Jitsu do Mestre Alex Cintra, conquistando os
primeiros títulos nessa modalidade. Levado por amigos e pela necessidade de
treinamentos mais intensos, em 1994, cheguei à equipe Edson Carvalho, sendo
graduado faixa roxa e assumindo minhas primeiras turmas, como instrutor. Em
1998, pelas mãos dos Mestres Ricardo Carvalho e Edson Carvalho, tornei-me o
primeiro faixa preta de Jiu-Jitsu formado pela equipe, em Salvador.
Paralelo ao Jiu-Jitsu, sempre
mantive os estudos em Judô, treinando com grandes mestres e professores da
modalidade, entre eles o Mestre Francisco Magalhães – o Cirão, o Mestre Aloysio
Short e o Mestre Marco Lima, obtendo sucesso em competições e chegando também à
faixa preta.
Com a intensão de ampliar minhas
experiências com lutas, tive a oportunidade de expandir meus conhecimentos,
vivenciando outras modalidades como Aikidô, Hapkidô, Karatê, Capoeira, Boxe e
Full-Contact, além de aprofundar-me nos estudos de filosofias e terapias
orientais, técnicas holísticas de meditação e respiração baseadas na medicina
oriental.
EZ - Podemos reparar que
você é um dos professores de Jiu-Jitsu que mantém forte a filosofia oriental em
suas postagens, em seu escudo, em suas palavras. Como é essa influencia
oriental em seu dia a dia?
MJ-Busquei uma formação marcial
muito enraizada nos conceitos orientais do Bugei (arte de guerra), e através de
práticas Zen como meditação, técnicas de combate e outros procedimentos
orientais, fui interiorizando e absorvendo essas influencias. Empenhei-me em
entender e aplicar na minha vida os preceitos do Bushidô (caminho do
guerreiro), e tento expandir esses conhecimentos junto à meus alunos.
Princípios básicos como atitude, respeito, humildade e disciplina devem fazer
parte do nosso dia-a-dia, assim como a ideia de morte. São questões que, em meu
entendimento, nos possibilitam uma “jornada” mais tranquila, evitando que nos
coloquemos em situações nocivas e/ou perigosas, proporcionando, portanto, uma
maior valorização da vida. Assim vivo cada dia após outro.
EZ - A sua migração para
o MMA com uma equipe forte em que você figura como técnico se deu de que forma?
MJ-A equipe cresceu bastante, e
alguns atletas naturalmente mostraram interesse em participar de eventos de
MMA, com a intenção de testar suas habilidades de combate. Como minha linha de
ensino não prioriza a competição como finalidade, mas sim como meio de
treinamento e construção de novos conhecimentos, não pretendia trabalhar o MMA
em nível profissional. No entanto, um amigo e aluno, que também é professor de
Boxe (Ronaldo Rocha), percebeu que poderíamos unir nossos conhecimentos para
desenvolver lutadores cada vez mais preparados para essa modalidade. E assim
surgiu a parceria Ronaldo Rocha – Mauro Junior Team.
EZ - E o cenário baiano,
frente ao Jiu-Jitsu nacional, está em que patamar?
MJ-A Bahia vem apresentando atletas
cada vez mais talentosos, obtendo inúmeros resultados nas principais
competições nacionais e internacionais dessa modalidade. O trabalho realizado
pelas federações, professores e equipes baianas, em nada deixa a desejar, se
comparado ao trabalho realizado no eixo Rio – São Paulo. Ficamos para trás
apenas na questão do apoio e incentivo a esses atletas. Se tivéssemos maiores
investimentos dos empresários, teríamos muitos atletas no degrau mais alto do
pódio, trazendo novos títulos para a Bahia.
EZ - E em relação ao
cenário de MMA nacional, como está o cenário baiano? Você pode citar alguns
nomes de nosso cenário que pode figurar entre os grandes do país?
MJ-A Bahia, incontestavelmente, é um
celeiro de grandes atletas. O MMA baiano vem se desenvolvendo a passos largos,
com excelentes eventos no interior e na capital. O profissionalismo do trabalho
realizado pelas equipes além da qualidade dos certames e o nível técnico dos
lutadores vêm impulsionando o MMA da Bahia no cenário nacional, inclusive com a
presença de atletas baianos natos e/ou que treinam com equipes baianas, em
grandes eventos como o BELLATOR e o UFC.
É difícil citar alguns nomes,
pois como já disse, a Bahia é sem sombra de dúvidas um estado produtor que
excelentes lutadores, esses com certeza irão barrar e atrapalhar os planos de
muitos outros lutadores Brasil a fora.
EZ - Você acha que o fato
de ser Educador Físico te dá um “Know How” maior para o seu preparo físico e
técnico, bem como aos seus atletas?
MJ-Certamente que pelo fato do meu
conhecimento acadêmico e atuação profissional como preparador físico de atletas
e personal trainer, essa “bagagem” auxilia muito na elaboração, prescrição,
periodização e controle/avaliação do treinamento dos meus lutadores, no entanto
nada acontece num passe de mágica, é preciso também empenho, disciplina e
determinação por partes dos atletas, para que os resultados esperados sejam
alcançados. Quando se trabalha com um nível técnico mais elevado, a preparação
física, técnica e até mesmo psicológica tem que ser desenvolvida com
responsabilidade. Eu mesmo, durante o meu treinamento e apesar de minha
formação, conto com o auxílio “ímpar” do meu preparador, o educador físico
Heraldo Lisboa, além do meu fisioterapeuta Alberto Coy, que me recupera das
inúmeras lesões que vou contabilizando com minhas batalhas.
EZ - Deixa um recado para
o pessoal que acompanha o blog.
MJ-YO WATARI WA MUZUKASHI – “A
travessia da vida é difícil”. A mensagem
por trás desse provérbio, na verdade, deve nos fazer refletir que por mais
difícil que seja a “jornada”, não devemos nos abater. A vida é dura, mas é dura
para todos, sem distinção! As possibilidades, as chances são reflexos de nossas
próprias escolhas; o que fará a diferença é a atitude com a qual enfrentamos as
dificuldades. É preciso persistir na batalha, pois o pior adversário somos nós
mesmos. Portanto guerreiros lutem sem desistir; se têm um sonho, sigam em
frente, a queda vai ocorrer, a dor e as dúvidas, mas levantem-se e sigam sem
reclamar da vida, pois essas provações fazem parte do processo para tornarem-se
mais fortes e vencedores. No combate, bater, apanhar, cair e levantar são
partes de um todo e será premiado com a vitória , apenas aquele que lutar com
espírito, com “coração”, com verdade... sem jamais desistir. Oss!
Sensei Mauro junior , grande Mestre Osss
ResponderExcluirOsss Sensei !!!
ResponderExcluirSensei Mauro Junior, Um Grande Mestre, Pai e Amigo de sua família ( Equipe Mauro Junior).
ResponderExcluirSensei Mauro Junior, Um Grande Mestre, Pai e Amigo de sua família ( Equipe Mauro Junior).
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