Por: Estrangulamento Ezequiel.
Já há bastante tempo venho
me questionando sobre a direção que a Arte Suave tem tomado, já que uma onda
avassaladora vem popularizando o Jiu Jitsu e fazendo dele uma das artes
marciais mais praticadas no Brasil. Confesso que fiquei triste após ouvir uma
explanação, ao meu entender construtiva e sincera de um educador, que
presenciou uma apresentação da Arte Suave no interior de uma escola.
O primeiro assunto abordado
foi à apresentação pessoal, o aspecto do Kimono, todos sujos e malcheirosos,
inclusive alguns rasgados. Como praticante da arte, sei que não foi nenhuma
informação deturpada, calças rasgam, kimono sua, etc. Porém, para apresentação
em um ambiente externo a Academia, principalmente para formar opinião, é
importante que atentemos a princípios básicos de higiene, de apresentação
pessoal, de valorização de nossa arte, que é tão poderosa, porém um tanto
banalizada.
Sou a favor do uso de kimonos
de apenas uma cor quando se tenha apresentações fora do ambiente academia,
assim como ocorre nos campeonatos. Muitas outras lutas como a Capoeira, o Judô
e o Karatê uniformizam seus praticantes com regras que são respeitadas.
Não vou me estender no
assunto, afinal o propósito desse artigo não é dogmatizar ninguém, porém também
não podemos ser tão negligentes com o nosso Kimono, unhas, pés, etc.
Outro ponto que me atrevo a
comentar são os rituais. O ritual é uma tradição, e vemos que no Jiu Jitsu esse
ritual é quebrado. Em qualquer lugar do mundo que formos treinar uma ou outra
arte, saberemos como nos comportar na entrada e saída do Dojô ou do Tatame.
Sejamos sinceros caros Jiu Jitekas, Jiu Jitzukas ou Jiu Jiteiros, o mesmo se dá
com nossa amada arte. Raríssimas escolas que mantém um ritual um tanto
fidedigno, e mesmo assim, as escolas mais tradicionais, que procuram manter uma
unidade na execução e melhoria de seus atos, muitas vezes são vistas como
chatas e antiquadas. Fazendo uma comparação benigna, todos nós sabemos que o
Grande Mestre Jigoro Kano extraiu do antigo “JU JUTSU” o fundamento para a
criação do Judô. E olha a que distancia estamos do Judô, das competições, dos
rituais, da sobriedade e da Olimpíada.
E um ponto muito importante
é o fator extra tatame, mas desse nem me atrevo falar.
Com a palavra, os Mestres,
professores, instrutores, praticantes, não deixem de comentar, de contribuir, e
não esqueçam que essas são palavras de um praticante e amante da Arte Suave, o
Jiu Jitsu.
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