foto: getty images
O capítulo final da trilogia entre Cain Velasquez e Junior dos Santos aconteceu no Toyota Center, em Houston, Texas, onde o público presenciou mais um combate de alto nível entre os dos melhores pesos pesados do Ultimate Fighting Championship.
Os dois episódios anteriores tiveram apresentações individuais distintas. Se no primeiro encontro Junior Cigano foi implacável e acabou com o combate em apenas sessenta e quatro segundos, na revanche o americano dominou o brasileiro durante vinte e cinco minutos.
Nesta madrugada, no confronto principal do UFC 166, Cain voltou a ditar o ritmo da luta e a impor sua estratégia, tornando-se o senhor da disputa. Mais uma vez o campeão demonstrou a capacidade de levar a peleja para onde se sente mais confortável, o que lhe dá a garantia de atuar de maneira confortável.
Se por um lado Velasquez não empolgou do ponto de vista plástico – com golpes imprevisíveis e estilisticamente executados – por outro ele foi estrategicamente perfeito com a iniciativa de manter o atleta da Champion de costas contra a grade do octógono, onde desferiu dezenas de socos, joelhadas nas pernas do desafiante e minou as forças do único homem que o venceu até hoje.
E Junior contribuiu com a execução do plano de luta do número um do mundo até 120kg. Caminhando equivocadamente para trás, Dos Santos aceitou passivamente a iniciativa de Cain durante toda a luta. Jogando na defensiva, o catarinense se cansou mais e passou a ser presa fácil dos socos do adversário.
Cain Velasquez havia prometido que estava preparado para lutar cinco rounds em pé ou no chão e JDS prometeu que traria novos elementos ao combate e que com as novas armas surpreenderia como na atuação anterior, quando abriu caminho para nocautear Mark Hunt com um chute giratório.
Mas exceto pelo maior número de cotoveladas disparadas, Cigano não inovou e novamente não conseguiu usar o elogiado boxe, muito menos a movimentação ágil que o distingue dos demais competidores da categoria. Sem movimentar-se para os lados, ele contribuiu para a própria derrota e o consequente domínio do atleta da American Kickboxing Academy.
O campeão merece ser exaltado por sua técnica e estilo atualmente incomparável no Ultimate. Cain sobra no condicionamento físico, encurta a distância com facilidade, absorve bem os golpes sofridos e determina para onde o combate será desenvolvido, ou seja, toma a iniciativa e se impõe por meio da obediência à estratégia traçada pela equipe.
Para pará-lo, os demais lutadores terão de adotar atitude ofensiva, forçando-o a sair da zona de conforto. O único que o derrotou foi Junior Cigano, em um golpe que para muitos foi de sorte, mas é difícil acreditar que a sorte favorecerá qualquer atleta que se candidatar a encarar o melhor e mais completo peso pesado do momento, o homem a ser batido no UFC.
O próximo da fila
Fabrício Werdum deverá ser o próximo desafiante ao cinturão dos pesados, apontou Dana White na coletiva de imprensa. O faixa preta de jiu-jitsu evoluiu sua técnica de troca de golpes em pé e se tornou um oponente perigoso e completo. O presidente declarou que Velasquez vs Werdum é uma luta interessante para o dia 1º de fevereiro, no UFC 169.
Siga o blog Mano a Mano no twitter@EduardoCruzMMA