Ele gosta de sertanejo e balada. Ele provoca adversários e busca nocautes o tempo todo. Ele é bem humorado e sempre faz piadas em entrevistas. E agora ele conquistou respeito e se firmou no Ultimate Fighting Championship (UFC). Fábio Maldonado tem tudo que é preciso para agradar o público e agora também tem bons resultados: após a vitória no UFC Barueri, contra Joey Beltran, ele conquistou seu segundo triunfo seguido e não corre mais risco de demissão.
O meio-pesado brasileiro começou o ano praticamente sem emprego. Tinha sido massacrado por Glover Teixeira no Rio de Janeiro e acumulado a terceira derrota consecutiva. Porém, a organização resolveu lhe dar mais uma chance, que foi bem aproveitada: Maldonado venceu Roger Hollett em Jaraguá do Sul por decisão unânimes dos jurados. Naquela oportunidade, ele já se destacou pela escolha da música - "Adocica", de Beto Barbosa
Nesta quarta-feira, ele entrou no octógono ao som sertanejo da dupla Milionário e José Rico e fez o público cantar junto a música "Telefone Mudo". Quando o combate começou, Maldonado teve muitas dificuldades para conseguir um triunfo polêmico, por decisão dividida dos jurados, e ainda estava com uma lesão no joelho. Mas nada disso abalou seu bom humor.
O brasileiro não entendeu como um jurado viu vitória de Beltran no combate: "ele estava tomando café, estava de costas", brincou, antes de completar: "se ele (Beltran)achar que ganhou, podemos lutar de novo. Eu falei para ele 'peleamos de novo', se ele achar que ficou alguma coisa para trás".
E realmente Beltran disparou contra a arbitragem da luta,algo que já viou comum no UFC. "Eu acho que ganhei o primeiro e o terceiro rounds, e achei que o fato de ter derrubado ele e ficado batendo nele por dois minutos no fim do terceiro round foi o suficiente". Já Maldonado preferiu ironizar a estratégia do americano: "se me deixar na grade, eu fico ali um mês. Isso não é nada", desmereceu.
E de fato Maldonado não pareceu se incomodar quando esteve em seus piores momentos na luta. A tranquilidade que ele mostrou chamou atenção dos jornalistas, que lhe questionaram sobre isso após o combate: "é difícil achar o equilíbrio, porque também não posso descontrair muito. Mas ser calmo é uma qualidade. Pode ver que todos campeões são calmos. Só o Pettis, que ganhou agora, é mais 'doidão'", analisou ele, arrancando mais risadas dos repórteres que estavam em Barueri.
Desafio a Chael Sonnen
Maldonado é tão brincalhão que até suas provocações não parecem sérias. Mas, para ninguém ter dúvida, ele repetiu mais de uma vez os adversários que pretende enfrentar futuramente: "é sério, eu quero enfrentar o Chael Sonnen, ou o James Te-Huna", afirmou, lembrando também do neozelandês que perdeu para Glover Teixeira recentemente.
Boxeador nato, Maldonado certamente teria dificuldades contra o falastrão americano, que sabe levar a luta para o chão como poucos. O brasileiro diz que está bem treinado para superar isso, mas ele elogiou vários aspectos de Sonnen: "sou fã dele. Ele é bom e fala bem. Fala muitas verdades. Algumas vezes ele passou do limite, mas acho que lutador não pode ter medo de falar", afirmou ele, que realmente coloca em prática esse raciocínio. "Você pode não concordar com o que eu falo, mas eu serei eu mesmo sempre", prometeu.
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